Thursday, January 23, 2014

Razões Suficientes...


30 RAZÕES PARA ACREDITAR NO HIP-HOP MOÇAMBICANO: ÁLBUNS E MÚSICAS DO ANO 2013 por Emilio Cossa

Conforme havia anunciado, no último Domingo do ano, estivemos (eu e o Hélder Leonel) no programa Clássico Hip-Hop, programa radiofónico da Cidade FM, para fazermos o rescaldo daquilo que foi o ano 2013 em termos de Hip-Hop.
Temo que tenha sido uma “apresentação extremamente limitada, subjetiva, superficial, não representativa, despachada e paroquial” como o meu amigo Edgar Kamikaze Barroso vaticinara. Digo isto porque o rescaldo baseou-se fundamentalmente na resenha de álbuns e músicas soltas lançados no ano 2013 e, assim, não sobrou tempo para se fazer uma análise mais profunda do “Movimento” em termos de espetáculos, videoclipes e debates, tanto em espaços físicos como em virtuais.
Quando falo de álbuns, envolvo no mesmo pacote CDs, EPs e singles, no que toca as músicas soltas falo de músicas que foram sendo lançadas durante ano, quase todas como anúncio de projetos discográficos que serão materializados durante o presente ano. Portanto, não só fizemos uma retrospetiva daquilo que aconteceu em 2013 como também uma perspetiva do que acontecerá em 2014.

Eis o resumo:

I. Álbuns, EPs e singles

01. Mesio – Xibalo (Álbum)
Quando em 2010 o auto intitulado “The Rap Legend” Yazalde Yazalde aliás Y-Not lançou o álbum “As últimas palavras”, por sinal o primeiro CD duplo da História do Hip-Hop Moçambicano, com o intuito de encerrar o seu longo percurso como rapper, iniciado no já longínquo ano de 1992, prometeu incidir a sua atenção para artistas emergentes. Para tal criou de seguida a Zalde Rec, uma label da qual faziam (e ainda fazem) parte os rappers Mesio, Stupa Serious, Killa Loya e El Thazy (alter-ego de Y-Not). “Xibalo” álbum do rapper Mesio, rapper de Nampula, lançado entre finais de 2012 e início de 2013, marca o primeiro passo sólido deste coletivo composto por representantes das Zonas Centro e Norte do país. Produzido por Scam, Puko-pk, MVA, Gringo, Fechadura, Drifa, Mak da P e AMD, este álbum persegue as pegadas dos álbuns de Y-Not tanto em sonoridade como em conteúdo lírico, explorando temas pouco comuns como por exemplo “o incesto”. Como não poderia deixar de ser, à semelhança do que se encontra em Y-Not, a linguagem usada é exageradamente picante ou que poderá, de certa forma, dificultar a sua execução em ambientes públicos e/ou familiares.

02. Micro 2 – Oficina do Conhecimento (Álbum)
“Oficina do conhecimento” é o terceiro trabalho discográfico daquele que é um dos grupos mais representativos da Cidade da Matola, o Micro 2, composto por dois MCs: Flash (A Enciclopédia) e Legacy (A Sombra Negra), MCs da velha escola, bastante reconhecidos na arena do Hip-Hop Moçambicano não só pelo seu contributo para a Cultura como também pelos seus trabalhos discográficos, nomeadamente: “Andando a Pé”, lançado em 2007 e “Caneta e Papel” de 2008. Em termos de produção, Flash e Legacy voltam a chamar Nick Slim, Eye V, Mak da P e Inflomatic, principais responsáveis pelas instrumentais dos trabalhos anteriores, permitindo, por esta via, a manutenção da identidade rítmica do grupo. Entretanto, os beats deste álbum apresentam uma tonalidade mais sombria ou mais “hardcore”, numa linguagem mais apropriada. As letras seguem o mesmo caminho o que torna este álbum mais difícil de digerir comparado aos anteriores. Mas nem por isso deixa de ser um bom álbum de “intervenção social”. Infelizmente, não teve um trabalho de promoção ou divulgação à altura. O único tema familiar ao público é “Mortal Kombat”, o eminente ‘comboio’ que conta com a participação de Azagaia, S-Gee, Crack Smoka, Clássico Mc, K Real, Don Mceezalin, Mr. Arssen e Dj PM.

03. Império Sagrado – Bem-vindos ao Império (Álbum)
“Bem-vindos ao Império” é o álbum de estreia do grupo Império Sagrado, composto por Drácula Assassino, Xivika e Genérico. Este que é, atualmente, um dos mais ativos grupos em termos de realização de shows e que pretende ser uma espécie de representante não oficial da Wu Tang Clan em Moçambique. Neste seu début que sai sob os auspícios do rapper O Tal, que disponibilizou recentemente a versão virtual do seu álbum de estreia intitulado “De mão beijada”, Drácula e companhia não fizeram questão de camuflar os rastos do seu grupo de referência tanto nos beats, que em algum momento lembram The Rza, como nas letras, interventivas e muitas vezes trespassadas por versos de conteúdo evangélico.

04. Xivika aka The Rastaman Rapper – Lutar Para Vencer (Álbum)
Praticamente uma extensão de “Bem-vindos ao Império” só que desta feita mais introspetivo e centrado na pessoa do Xivika que para além de rappar assina algumas instrumentais.

05. Nvuku aka Black C – Obras Perdidas (Álbum)
Para quem conhece a música “Vale de lágrimas”, produzida por Mak da P, sabe muito bem que Nvuku é chegado ao Rap do género “linha dura”, com um flow marcante e aquelas batidas breves e secas que caracterizaram o Rap na época do seu surgimento. Para quem aprecia o género, em “Obras perdidas” irá encontrar muitos números do tipo. Para além de Mak da P, seu colega do grupo Mhuyve, este rapper de Maxaquene conta igualmente com a produção de G.O.R.D.O, outro colega deste lendário grupo criado no ano 2003, agora ligado ao coletivo Xapa 100 Music, que em 2012 divulgou a beatape “Xapa100Beatz”.

06. Akacya Recordz – Akacyanuz EP (EP)
Akacya Recordz, grupo de Nikel, A.P., Hot Skillz, Órbita e Pensamento, em primeira aparição discográfica sob orquestração musical de Follyka, Nine B, Hermetiko e Billy Ray e acompanhamento vocal de F Kay, Fig De La Virgem e Layka. Tecnicamente um dos álbuns mais bem concebidos do ano, detentor de uma qualidade instrumental, lírica e performance vocal acima da média mas que, entretanto, vem acompanhado por alguma polémica, primeiro pelas manifestas tendências “valeteísticas” de alguns dos elementos e depois pela constantes acusações de plágio que recaíram sobre o produtor Follyka. Segundo algumas vozes, uma das quais a do Dj Asnepas da Pacífico Records, Follyka teria furtado a instrumental da música “Juntos como 1 só”, que conta com rapper A.P. nos vocais, ao rapper e produtor norte-americano Oddisee.

07. Pitchó – Eu Tive Um Sonho (Single)
O rapper que veio ao público pela mão do coletivo Micro 2 de Legacy e Flash e que mais tarde fez parte da emblemática Cotonete Records de Haydn Joyce, finalmente começa a trilhar o seu caminho a solo e, para começar, edita pela Raw Jam Label, a mesma dos seus mentores, o single “Eu tive um sonho”. Composto basicamente por três temas com aquele habitual sabor a Jazz, para além do próprio Pitchó, este début conta com os beats de Proofless e Emblazon e com os préstimos vocais de Bhaka, Big Boogie e Legacy. “Eu tive um sonho” é número que dá título ao álbum mas “Matola cidade para estar” produzida pelo próprio Pitchó é o mais saliente. Neste Pitchó usa o mesmo sample usado na música “Love” da mixtape “Further Adventures Of…” do rapper norte-americano Von Pea, na qual o rapper do trio Tanya Morgan usa instrumentais originalmente produzidas por Madlib para o álbum “Further Adventures of Lord Quas” de Quasimoto (alter-ego de Madlib)

08. Bomba Passa – Esboço (EP)
Outro trabalho de estreia, desta feita protagonizado pelo ainda não muito conhecido rapper Bomba Passa. Esta EP conta com a produção quase integral de Da Page, o génio por detrás de artistas como Jazz P e Timbone Ta Jah e outros ligados à B Records, coadjuvado por Twin C do coletivo de produtores Excentric Music Group, um projeto musical que integra antigos membros do extinto Paiol Sonoro, que produziu apenas um tema, conferindo ao trabalho uma sonoridade suave e fácil de se escutar. Vocalmente Bomba Passa é apoiado por Timbone Ta Jah, Acunkad do Projecto Firme, Crack, Nervous e Nelson Tivane.

09. Crack – Quotidiano inspirador (Álbum)
Embora testemunhe as experiências pessoas de Crack, antes Crack Smocka, “Quotidiano Inspirador” é uma amostra daquilo que, provavelmente, hoje seria o emblemático grupo Arranha-Céus, se no início da década de 2000 o rapper Raio-X não tivesse abandonado o Hip-Hop para se juntar ao então emergente movimento Pandza/Dzukuta. O álbum traz ao de cima as adversidades vivenciadas por Crack, enquanto cidadão comum, no seu dia-a-dia, daí o título. Neste álbum, Crack, mais do que nunca, demonstra sobretudo a sua já reiterada preocupação pela precariedade social e a visível falta de interesse por parte de quem dirige os destinos do povo em reverter tal situação."Quotidiano inspirador" contem dezassete (17) faixas, todas gravadas na Tchaya Records e masterizadas na B. Records, e conta com Free Ya Mind, Baba X, Aljazz, 7 Kruzes, Doppaz e Da Page na produção.

10. G-Pro – Foreva (Álbum)
Depois de em 2003 ter lançado o primeiro álbum, “Um passo em frente”, produzido por Sem Paus, e em 2010, “Na linha da frente”, produzido por G2, muitas saídas, entradas e reentradas, a Giants Produções ou simplesmente G-Pro finalmente está de volta ao mercado com “Foreva”. Neste álbum produzido por Proofless, o grupo do manager Joel “Djo” Prista, que em 2000, ano de sua criação, integrava os rappers Duas Caras e Sem Paus e que no segundo trabalho discográfico, apareceu com Duas Caras e Trez Agah e G2, apresenta-se com um elenco diferente, desta feita constituído por Duas Caras, Trez Agah, Proofless e ainda o humorista Rico. Em termos de sonoridade, “Foreva” segue o rasto deixado por G2 em “Na linha da frente” mas que, entretanto, vai desgrudando do RnB para seguir uma tendência mais futurística inspirada em hitmakers como Kanye West e Just Blaze. Em termos de liricismo pouco ou nada se nota de novo, Duas e Trez continuam a investir massivamente em letras egocêntricas de sempre e na habitual linguagem repleta de anglicismos, o que acaba comprometendo, de certa forma, a visibilidade dos poucos porém brilhantes temas de “crítica social” patentes no álbum. No que diz respeito as participações vocais, “Foreva” conta com Mi-Mãe, Daisy Pereira, Melchior, Nikotina KF, Dji Tafinha, Muzila, Nelson Nhachungue, Blaze, Cláudio Ismael, S-Gee, Kloro e Kalashnikov.

11. Khronic – Tentativa, queda, superação (Álbum)
Uma vez referi-me a este álbum como um livro de autoajuda em formato áudio. É exatamente essa sensação que este trabalho discográfico temático deste membro do coletivo Almas Habitantes transmite. Neste álbum nenhuma música está por acaso, todas encontram-se interligadas estabelecendo uma relação de complementaridade umas para com as outras. De forma resumida, a mensagem patente em “Tentativa, Queda, Superação” é de que toda caminhada começa com uma tentativa e que mesmo que no meio do percurso haja uma queda é necessário que tudo seja feito para que esta seja superada. Neste álbum, Khronic não consegue camuflar a influência do West Coast Hip-Hop desenvolvido no início da década de 90 por artistas como Dr Dre, Snoop, Dogg ou Warren G, mas também remete-nos ao cenário East Coast, sobretudo às sonoridades sentimentalistas oriundas de Queens, Nova Iorque, engendradas na mesma época por artistas como Nas, Az, Nature ou Mobb Deep. Boa parte das instrumentais deste álbum são produzidas pelo próprio Khronic mas deste também participam os beatmakers MVA, Proofless, AM Pro, Hermético, 7 Kruzes, Soul Full Brothers e Budah Smoker. Outra particularidade deste álbum é a presença do lendário Olho Vivo, membro da Banda Podre, que participa com um profundo interlúdio apresentado em formato Spoken Word.

12. Simba & Milton Gulli – The Heroes Tribute to A Tribe… (Álbum)
No decurso da “Golden Age”, uma era da História do Hip-Hop que marca, nos finais dos anos 80, o início de um Rap radical, de crítica política e social contundente, surge uma geração de rappers, que constituem o que vários autores designam de “Daisy Age”, declaradamente menos exaltados e encolerizados. Embora continuem a lutar pelos mesmos valores, exprimem-no através da ironia e humor, em detrimento da agressividade dos seus antecessores. Desta geração, constituída por grupos como Jungle Brothers, Back Sheep, Monie Love, Queen Latiffah e De La Soul entre outros, que mais tarde formaram, em Nova Iorque, o coletivo Native Tongue Posse, A Tribe Called Quest para além de ter sido mais bem-sucedido comercialmente, foi o que mais resistiu às artimanhas do tempo. “The Heroes Tribute to A Tribe…” é o tributo pago pelos artistas moçambicanos Simba, figura incontornável do Hip-Hop Moz, e Milton Gulli, este não muito conhecido entre nós pelo facto de ter passado boa parte da sua vida em Portugal, a este importantíssimo grupo formado por Q-Tip, Phife Dawg, Ali Shaheed Muhammad e Jarobi White. Neste álbum, Simba, nos vocais e Gulli, na produção, recuperam alguns dos temas mais representativos do grupo sem, no entanto, repetirem integralmente as letras originais e conferindo uma sonoridade mais “ao vivo” às instrumentais originalmente compostas sobretudo por “samples”. O álbum sai pela chancela da BBE Records, importantíssima editora britânica responsável pelos trabalhos discográficos de artistas como Pete Rock, The Foreign Exchange de Nicolay e Phonte, J Dilla, Will.i.am, Marley Marl, DJ Jazzy Jeff e Madlib.

13. Fig De La Virgem – A Cor do Pecado (Álbum)
Quando se pensa que no que toca ao Hip-Hop Moz já não há mais novas temáticas por explorar, eis que aparece o rapper, beatmaker, beatboxer e graffiti artist Fig De La Virgem a provar o contrário. Em “A Cor do Pecado” Fig propõe-nos um género não muito comum entre nós - o Gospel Hip-Hop, ou seja, um Hip-Hop baseado em temas de conteúdo evangélico, mostrando desta feita a transformação interior por si sofrida nos últimos tempos enquanto artista e ser humano.

14. Azagaia – Cubaliwa (Álbum)
Provavelmente, o melhor do ano 2013. Este álbum é, segundo muitos críticos, o certificado de maturidade artística daquele que é o mais polémico dos rappers moçambicano. Neste seu mais antecipado álbum, cujo lançamento estava previsto para 2010/2011, o autor de Babalaze, álbum editado em 2007 e reeditado, com duas novas músicas, em 2008 pela Cotonete Records, e membro do grupo Dinastia Bantu, com o qual lançou, em 2005, o álbum “Siavuma”, mantém-se fiel a si mesmo em termos de temática, isto é, continua a optar pela intervenção social, sem no entanto, incidir exclusivamente a sua crítica ao regime instituído desde a independência, em 1975, mas sim à tudo que vê de errado a nível global. Azagaia inova também a sua maneira de ser e estar na música através do resgate da africanidade que para além de manifestar-se apenas através da abordagem de temas virados para África, passa também pela exploração da diversidade linguística conferida pelas participações vocais de artistas como Banda Likute, Stewart Sukuma e Spirits Indigenous e ainda pela exploração de ritmos tradicionais que atinge o seu auge com o tema “Wa Gaia” cuja composição musical e execução da timbila, ficou a cargo do percussionista Simão Nhacule. Outra novidade trazida por este álbum é o modelo de produção atendendo que, neste álbum, as instrumentais foram feitas primariamente com base em samples, o método já peculiar ao Hip-Hop, pelos beatmakers Mr Dino, Black Snow, Scam, Mak Da P, Proofless, Bruno, Guto, The Jumper e Ash Ismael e, posteriormente, arranjados, através de adição de instrumentos musicais convencionais, pelo produtor Gulli.

15. Marechal & Streetknowledge – Camera, Luz & Acção (Álbum)
Há algum tempo, o rapper Marechal já havia disponibilizado virtualmente a compilação “Por detrás das câmeras” como prelúdio para esse seu trabalho colaborativo com o produtor Streetknowledge, seu parceiro do coletivo Magic Sounds. Tal trabalho contava com beats produzidos por Eddy Mc, Prime Akhim, Sidon, Domination, Hermetiko, Rawtas, Fingers Masters, Deny Mos, Prood P e 7 Kruzes e várias participações vocais. Neste álbum Marechal e Streetknowledge voltam a usar praticamente a mesma fórmula só que desta feita com Streetknowledge, com os seus beats “funkadélicos”, a comandar a produção. O tema “Música”, por sinal o single de avanço, que no prelúdio contava apenas com Abel Laste, foi transformado em “comboio” e desta feita conta com outros artistas. Outra novidade é a presença do veterano Costa Neto, que contribui em uma música com o tostão da sua voz.

16. Kappacetes Azuis – Bloko III: A peça chave (Álbum duplo)
Depois de em 2007 terem-se estreado discograficamente com “Bloco I: Enterna-mente Craft”, e dois anos mais tarde seguido em frente com “Bloco II: Revoluciona-a-mente”, os Kappacetes Azuis, tropas do Hip-Hop sob o comando de Baba-X voltam a reunir-se, desta feita para um projeto mais maduro e ambicioso: o CD duplo “Bloko III: A Peça Chave”. “Bloco III” traz alguns temas conhecidos como “Nu tavas a espera”, massivamente divulgado para anunciar a vinda do álbum, “Geração Biz” de Zagalote, um retrato sobre os perigos do sexo desprotegido, “Revolução Através de Palavras” de Puzzle, um dos expoentes máximos do álbum, uma história fictícia sobre um golpe de estado ao estilo de “Fim da ditadura” de Valete, em que todo o relato é construído usando palavras retiradas de títulos de músicas, álbuns, nomes de rapper e grupos que marcaram a História do Hip-Hop Moz. Outra novidade que distancia “Bloco III” dos álbuns anteriores, para além do interregno de cerca de quatro anos e o salto qualitativo tanto em termos de ritmo como de poesia, é que desta feita a tropa conta com um novo membro, a cantora Rosy, que participa com o tema “Vivo por ti”, em formato Neo Soul.

17. Baba-X - Ponto 21: Maior-Idade [Geração BeatzZ] (Beatape)
Neste álbum de instrumentais composto por 21 temas, inéditos e conhecidos, que é uma homenagem ao produtor e multi-instrumentista Mr Dinno, grande amigo, mentor e mestre de Baba-X, o autor faz-nos experimentar sonoridades suaves visivelmente inspiradas em produtores estrangeiros e nacionais que foram atravessando a sua carreira desde o início até a atualidade. Sonoridades que fazem lembrar, como não poderia deixar de ser, o homenageado Mr Dinno, conhecido pela utilização da técnica “Slice” e uso de “samples” de voz que aqui se pode ouvir com maior realce nos temas “Night Alone”, “Longa Vida Mestre Dinno” e “Kortes pro meu Mestre!”, mas também inspirada em produtores famosos pelo uso de samples baseados no Smooth Jazz e no Soul Clássico tais como Pete Rock, Kev Brown ou mais evidentemente 9th Wonder cuja influência se faz sentir em beats como “Infância perdida”, “Kom_postura” e “Geniuzz…sample thizz”. Dj Premier e Dr Dre também deixam as suas pegadas neste álbum, sendo que as do primeiro podem ser ouvidas em “Kruzadas” e as do último em “Kaddilak Groove” e “Ruas & bekos da Mpt”. Entretanto, mesmo apesar das influências diversificadas, Baba-X conseguiu conferir a este seu álbum um toque homogéneo, intimo e pessoal, devidamente carimbado pelas complexas e salientes linhas de baixo, que já são sua marca registada.

18. Kick Master (Dj Nod) – Westcoast (Beatape)
“Westcoast” é uma homenagem feita por Kick Master aka Dj Nod aos arquitetos do West Coast Hip-Hop. Portanto, nesta beatape este Dj e Beatmaker do coletivo Prolific Brains, do qual também fazem parte os rappers Mentor Carismático, Astro Psíquico e Messias Underground, propõe-nos uma jornada instrumental ao início da década de 90 em que o G-Funk, género massivamente difundido pelo produtor Dr Dre, sobretudo através do seu álbum “Chronic” e “Doggystyle” de Snoop Doggy Dogg, estava em voga. Recorde-se que trabalho do género já tinha sido apresentado anteriormente pelo projeto MWCC (Mozambique West Coast Coalition) dirigido pelo beatmaker Alljazz. O mesmo foi editado em dois volumes, sendo que no primeiro foram apresentados beats de Alljazz, Dareenzo e Origimoz e no segundo de Freeze, Krazzy Beatz e Triggah.

19. Vadzime – Nossa Identidade, Nossa Dignidade (Single)
Muito se tem falado da necessidade de se começar a pensar num Rap “genuinamente” Moçambicano, ou seja, um Rap não só feito em Moçambique como também que seja portador de características específicas que o distingam do Rap feito em outros países do mundo. Neste single composto por três músicas, o projeto musical Vadzime, composto por Lamen Mbuli e Chigogo MC, dois artistas oriundos da Catembe, decide sair da teoria e avança para a prática com um esboço daquilo que se pretende que tal Rap seja. Sob orquestração musical de Lamen Mbuli, que para a produção explora ritmos de cariz tradicional, onde a precursão e os samples baseados na música africana e no Raggae são os detalhes mais salientes, a dupla relata o quotidiano moçambicano num Rap muitas vezes atravessado pelo canto e pela declamação, em português e algumas línguas tradicionais do Sul de Moçambique.

20. Singa Man – Sociedade em Movimento (Mixtape)
21. Soldiers Camp Click – Around The Block

II. Músicas soltas
1. Bomba Passa – G20 c/ Crack e G-Fly (prod. The Page)
2. Akapony – Histórias de vida c/ Nervous (prod. The Page)
3. DingZwayu – A swa dari (prod. Wrongmind)
4. Flame – Paguem o sucesso (prod. Baba-X)
5. Drifa & Fechadura – A minha lanterna (prod. Drifa)
6. Zagalote – Moz com Z (Prod.Tik-Tak Beats)
7. Nhezi – Jesus Praise c/ Nervous
8. 16 Cenas – Bater pra doer c/ Hero
9. Iveth – MC Moçambique
 
Extraído da Publicação de há 20 horas no Facebook de Emilio Cossa 

Wednesday, January 8, 2014

Y Not decidiu ser normal




Yazalde Tayob é o nome de registo do rapper Y-Not um dos nomes mais importantes do HipHop moçambicano. Tayob é também o Engenheiro e Gestor de Sistemas de Fornecimento de Água e actualmente se encontra na Holanda fazendo o Mestrado . Por outro lado Y Not é o rapper que em termos discográficos continua activo desde o seu primeiro álbum “Tudo se vende, tudo se compra”, passando pelo duplo CD  “As últimas palavras” e caminha para o seu próximo álbum “Decidí ser normal” cuja promoção já iniciou na internet. Recebemos de Y –Not o link do vídeo promo do novo álbum junto com  a faixa “1000 formas de morrer” Na mesma comunicação Y Not escreveu: “Irei fazer algumas copias para oferecer aos amigos e depois o album estará disponivel para freedownload na internet, espalhe a mensagem”.
 Recorde-se que o segundo álbum de Y Not “ As Últimas Palavras”, o primeiro disco duplo na história do HipHop moçambicano foi eleito  o melhor álbum na Festa de Prémios Clássico HipHop Time no ano de 2010.