Tuesday, October 18, 2011

Túnel Sessions Live apresenta: Lay Low


No final do hiphoptime de 16 de outubro saí da radio ao encontro de alguns amigos para um ritual “Jah no dead” (um dia explico melhor o que é isso), feito o ritual devia voltar rápido a radio uma vez que a minha escala de trabalho ao domingo vai até as 19h. Depois do “ClassicoHipHoptime” segue o programa “No pretérito mais que perfeito” de Orlando Mavie que leva duas horas e é apresentado em directo daí que fico seguro e posso ir almoçar e fazer outras coisas. Mas as 18h que é a hora do Top Ngoma não se pode brincar porque é um programa sagrado e gravado daí que qualquer gafe na minha ausência sou diretamente responsável porque o meu turno termina às 19h. De regresso a radio resolvi passar pelo estúdio “Matsinhe Experience” para tratar assuntos do próximo concerto “Tunel Session Live” com DJ Speech o produtor do evento que está marcado para o próximo dia 5 de Novembro do Café Bar Gil Vicente. Enquanto conversava com Speech para clarificar-lhe que de facto estarei disponível no dia 5, porque tinha duvidas por conta de compromissos conjugais, encontrei ali o Ivan Maia que estava na varanda frontal a entrada do edifício onde funciona o estúdio “Matsinhe Experience”, o Ivan trabalhou com a G pro nos tempos do país da marrabenta. O facto é que quando me encontro com Ivan o papo nunca mais acaba. Ele desceu até porque quando o programa estava no ar ele conectou-se apartir do facebook. O speech mostrou-nos o cartaz físico do show e a seguir começa um tema de conversa sobre o movimento new school . No contexto hip-hop moçambicano existe uma era old school e outra obviamente new school, mas as duas são new school no contexto norte americano, ok...isto era só para nos situarmos.
“Ir contra a evolução das coisas é ir contra sí próprio”
Este é um dos 12 principios de acção válida que conheci no movimento humanista do pensador e teórico e prático Silo. Provavelmente neste principio encontramos muitas outras teorias como por exemplo o desenvolvimento da tecnologia ter sido mais rapido que o desenvolvimento humano, tambem o facto de haver choques entre gerações quanto a logica comportamental (falar, vestir, modo de ver e interpretar a realidade). A mim pessoalmente o principio leva-me a respeitar o que se constitui novo mas que tenha alguma coerência para o desenvolvimento humano, tanto em aspectos sócio-culturais como económicos e quando falo em coerência falo em não degradação, auto valorização, etc...
Ainda em torno deste principio talvez discuta-se o facto de o mesmo poder induzir-nos ao pensamento de que devemos aceitar todas as mudanças que ocorrem em nosso meio. A humanidade em sí está em constantes mudanças e de facto estas são incontornáveis e na evolução caminha-se para o abismo assim como para uma plena trasncendencia imortal . Tendo em conta a hipótese que coloquei de que o principio pode induzir-nos a ter que aceitar qualquer mudança eu diria que é aqui onde atua a nossa consciência em relação ao bem e o mal e isto me leva a concluir que sim, não há como, aceitemos as mudanças adaptando-nos a evolução das coisas mas exercendo a nossa influencia a caminho da coerência. Ainda que não concordemos com certos atos, estes fazem parte de uma lógica que encontrará o seu sentido com o tempo. Não vou dizer em pormenores o que conversava com Maia e com Speech, mas o Maia dizia : -Ouve-lá estes putos alguns tão bazar tou a gramar da atitude dos gajos!-e o speech dizia: -Epa! É mais fácil trabalhar com a new school, esses putos são maningue abertos não são confusos-a seguir Maia remata:- Mas há gajos que eu não oiço nesta nova geração ahh são maniiing weaks my man!- Emfim um debate bem conhecido de paradigmas geracionais de tendecias a roptura e/ou continuidade cultural que requerem uma compreensão maior do que os nossos julgamentos. Mas gramei de um dos últimos discursos de Ivan Maia quando disse: Ouve-lá! Deixa-lá esses atingires os 33 anos de idade...!-E não disse mais.
DJ Malele convida-os a assistir a sua participação no concerto de Lay Low aka Leezy um rapper que se mostra com influencias de Kanye West assim como Lil Wayne e com as novas texturas sonoras para instrumentação do seu rap marca espaço associado aos Young Sixities, Dinheiro Limpo e Sameblood, ainda que tenha feito uma experiência em inglês na sua mais recente mixatape “Unsigned Hype” mostra-nos a considerável dedicação pela imagem, divulgação e conquista de novos espaços geográficos o que muitos de nós estamos a precisar quanto ao conteúdo diria que é o seu momento de criatividade, vaidade e atrevimento e como o rap abre portas para novas experiecias do saber quem sabe estará explorando outros gêneros a procura de respostas aos desejos que vão se multiplicando.

És livre de gostar ou não do que quiseres, desde que respeites acreditando que algum dia todas as coisas farão melhor sentido”
FaceOculta