Friday, December 21, 2012

Notas de Boas Festas e um próspero 2013

Caro ouvinte!

Chegou o momento de fazer uma rápida reflexão sobre o ano que está prestes a terminar. Sem fazer julgamentos sobre aquela que foi a prestação de todo activista ou de alguma forma protagonista em qualquer um dos elementos HipHop, é importante que olhemos para o ano vem com mesma carga utópica que sempre tornou possivel a materialização das nossas ideías.

 Aos demais amigos que desenvolvem cada um a seu modo a cultura HipHop, é importante que o "empreenderismo" (Hustling)  que têem estado a desenvolver em termos de shows e artigos hiphop, não entre em choque com a consciência colectiva que devemos ter. É importante que o HipHop esteja ao serviço das nossas comunidades no que se refere a saúde, educação e diversão. É importante que os críticos não destruam e não menosprezem os fazedores do HipHop em nome de alguma "frontalidade" mas sim que façam as suas análises ao trabalho que é produzido, contribuindo para correcção de certos aspectos sem ferir e nem destruir o protagonista em causa. Segundo o principio de que há quem faz HipHop mas não é HipHop, deveremos ter muito cuidado ao caracterizar, estereotipar e classificar as demais individualidades que produzem produtos do HipHop. Não estamos com isto querendo fugir com o rabo a seringa ou dizer que não temos problemas, mas estamos a dizer que o HipHop não está em guerra com ninguem mas sim com o "mal" e como tal o HipHop deve se armar com todo o conhecimento, tática e estratégia possivel para que não seja vítima de seus próprios actos.

Devemos distinguir quem é verdadeiramente HipHop e quem não é sem no entanto privar de quem não é HipHop de fazê-lo desde que o mesmo não se assuma identidade autoritária do HipHop e tomar decisões sem consultar pessoas experientes e mais especializadas na cultura HipHop. HipHoppas são chamados a contribuir com as suas mais brilhantes idéias para o sucesso desta nesta parte do universo, sem promover o ódio e a vingança.

No ano que vem cada um é chamado a, mais do que desenvolver o seu ego, se inteirar um pouco mais das ferramentas que desenvolve colocando, mais arte e mais sabedoria, o que consequentemente trará mais criatividade e por conseguinte mais constribuição cultural e desenvolvimento humano.

Que hajam espaços e oportunidades para discutir idéias, para olhar e discutir os aspectos que devem ser melhorados de uma forma geral desde o rapper, o beatmaker, o grafiteiro, o MC, o radialista, o audio-visual, o programador de TV, o manager, o instrumentista, o grafista, o promotor do espetáculo. Acima de tudo HipHoppaz devem estar atentos e tomar consciência para não desenvolver costumes que ponham em causa a integridade do HipHop. Já não pode se justificar que grupos conceituados apareçam com má qualidade de espetáculos que anunciem nomes que não aparecem em palco que promovam as diversas plataformas artisticas como os battle freestyles, beat battles e outras formas sem criarem o minimo de condições técnicas. Já não se pode tolerar por exemplo que grupos venham deixar gravações na radio sem nenhuma ficha técnica. Os demais estúdios que existem e seus técnicos não podem pensar que a manipulação de seus computadores e softwares signifique que eles entendem de engenharia sonora. Assim como não deveremos permitir que alguem que não seja HipHop apresente, ensine, represente ou critique o HipHop. Criticos em areas especificas podem criticar a musicalidade (musicólogo), podem criticar a letra(linguista, escritor, analista de discurso), ou seja a critia técnica é bem vinda por parte de quem é especializado só devemos ter cuidado ao criticar o HipHop em sí porque nesta matéria estamos todos em processo. Há quem promove os produtos do HipHop que são chamados "hiphop", isto não significa que estão a promover o HipHop. Por isso é importante que se perceba quem realmente faz algo pelo sucesso da Cultura HipHop e quem se proveita dela para alcançar objectivos egocentristas.

 O HipHop Moçambicano mais do que nunca começou a ser documentado tanto na escrita como no audio-visual e mais do que nunca temos em arquivo  a nossa propria história, as nossas ideias e o nosso poder de comunicação é com este arquivo que devemos estudar que erros cometemos, analisar contextos, e filtrar do que fizemos aquilo que pode destruir o nosso futuro.